quarta-feira, 27 de março de 2013

propósta ou carreira

                Receber propostas hoje pelo mercado de trabalho só nos instiga a observar constantemente o cenário do mundo coorporativo. Percebo que no momento que estamos em vias de nos bandear para outra corporação, a gestão, fica um tanto quanto "apreensiva", por saber que vai perder mais um de seu "numero" da "cota". mas, em nenhum momento antes da possível saída do seu "profissional", não pensou ou ser quer fez quaisquer movimentação para reter ou alavancar este em seu time. Agora nos últimos segundos do segundo tempo, sem condições de manter o profissional na organização, começam a tentar correr contra o tempo. Acredito fielmente que é incompressível manter e contratar pessoas com deficiência, mas, muitas das
pessoas e organizações ainda precisam entender que essa relação é salutar para todos que passam a ter de perto uma relação de convivência com o publico "diverso".
                Mesmo tendo a motivação pela  lei de cota (8.213 de 91), que vem garantindo seu espaço após 20 anos de estrada, ainda percebe-se que as empresas não tem demonstrado que estão preparadas ou melhor, não estão se preparando para atender esta demanda. Pois o que se percebe ao longo do tempo, é que os responsáveis para selecionar e recrutar pessoas com deficiência para as organizações, só possuem  a preocupação apenas ao batimento da cota. Não tendo em mente que estão a busca de pessoas com potencial , não só com D EFICIÊNCIA...
                Contratar uma pessoa com deficiência não é mais um desafio, mas sim, uma obrigação, pois é fácil ofertar uma sub-oportunidade e declarar que o contratado está entrando para compor o time da organização. Mas por outro lado a empresa não faz o mínimo de esforços para atender todas as necessidades do mais novo contratado, porque a maior                 preocupação da contratante é: "Cumprimento de cota".
Será que no momento que se contrata o tal "deficiente", não é levado em consideração o perfil, as habilidades os interesses do profissional com deficiência?
Entender que contratar por uma simples obrigatoriedade, não é inclusão ou desenvolvimento, mas sim exclusão. Digo "exclusão", por dois motivos: Contratação para escapar de uma multa; Contrato para apresentar que fazemos ação inclusiva. Que inclusão é essa. Sem preparo, sem critérios, sem estruturas físicas para atender a todos os tipos de deficiência.
                Hoje o que mais se observa, é que a maioria das empresas, fazem mutirão de contratações, pois desta forma, atende a necessidade de cumprir com a cota. Assim fugindo de ser sancionada. Juntam uma turma grande de pessoas com deficiência, aplicam um treinamento básico, sem critérios de elegibilidade deste público. Os empurram em salas de aula, para aplicarem um treinamento primário, onde colocam pessoas com instrução acadêmica e pessoas que estão em faze de aprendizado básicos escolares.  Parece não existir critérios. O mais intrigante, é que esta ação, serve para contratar pessoas com: Ensino médio, ensino superior e até mesmo com pós-graduação e por vezes com fluência em outro idioma. Esquecendo que para cada pessoa, ou melhor, para cada profissional, traçamos um perfil antes de finalizarmos a contratação. Juntar todos os públicos em uma sala para aplicar um curso "básico", não faz parte de inserção ao mercado de trabalho. Sendo assim estamos nos esquecendo que existem critérios para contratar e desenvolver os que precisam de uma primeira oportunidade.
                Quando colocamos nossos filhos na escola, em seu primeiro ano de estudo, não os colocam para ingresso em outras séries. São inclusos em classes de acordo com o que precisa ser apresentado aos alunos. E por qual motivo, pessoas com deficiência tem de se submeter a tais cursos, para o ingresso ao mercado de trabalho? Não caberia ter uma seletiva mais refinada para este tipo de ação?
Neste caso,entendo  que não traçam perfis, não diagnosticam o real interesse da pessoa. Estão com o foco e : "cota".
                Realizam o término do tal treinamento. Iniciam o processo de indicação e alocação nas áreas. mas de repente se deparam com o inesperado: A área X gestor X, não tem interesse em receber o "deficiente", pois não foi selecionado por ele. Observe, que não está sendo tratado como profissional, mas sim como objeto de cumprimento de cota.
Olhando este cenário, me pego em uma profunda e complexa reflexão: Onde é que está a igualdade no tratamento?
Onde fica os interesses do profissional com deficiência?
Onde estão os anos de investimentos de estudos para seguir uma carreira?
Como somos e como queremos ser vistos, sendo pessoas com D EFICIÊNCIA para o coorporativo e pessoas que fazem a gestão/inclusão organizacional?
Seremos sempre vistos como escoria da sociedade ou como profissionais qualificados capazes de produzir e entregar de acordo com as necessidades coorporativas?
Ficaremos por mais quanto tempo só apagando os incêndios que as empresas tem, ao serem cobradas pelo ministério do trabalho?