domingo, 6 de outubro de 2013

GUIADO PELA INOCÊNCIA

Setembro de 2003, fui presenteado com o melhor que a vida pôde me proporcionar. Recebi o dom de ser pai. Descobri a mais bela alegria que um homem pode ter, que traços lindos e perfeitos...
Nesses dez anos, tivemos algumas experiências marcantes.
Uma delas foi quando eu e minha pequena, com os seus cinco anos de vida, caminhávamos em SP. Apesar de sua pouca idade, já levava sobre seus ombros a responsabilidade de conduzir seu pai pelas mãos. Eu dependeria de seus olhinhos inocentes para não levar alguns tropeços e esbarrões dos transeuntes da cidade grande.
Em um pequeno espaço da calçada, tivemos que desviar de algo que obstruía nosso caminho. O que haveria a minha frente? Não pude enxergar. Continuamos em passos largos, até que...
“Papai, papaiiiii. Cuidado!”, disse minha filha.
“Cuidado com que?” PUFF,PUFF... Eu levava uma bela pancada, acabava de bater o rosto.
Poxa! Não há nada pior para um cego do que se chocar com violência.
“É filha, não tem problema. Você por ser menor que eu, passou por debaixo do orelhão. Tudo bem, eu só bati meu rosto...”
Tudo bem, vida de pai cego é assim. Vamos lá, sempre em frente! Caminhar sempre e nunca parar!!

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